Você que mora ali, sempre esteve tão longe, tão afastado, tão impossível ,que até me assustava.

Logo eu que sempre me julguei tão forte, tão decidida, tão capaz de escolher tudo na minha vida, nunca fui capaz de escolher a minha reação quando te via, nunca soube o que fazer com o meu coração que batia tão forte que eu poderia jurar que todo mundo era capaz de ouvir.

Eu cresci e mudei você cresceu e mudou, tomamos caminhos diferentes.

Mas continuamos a freqüentar os mesmos lugares, falar com as mesmas pessoas e a nos esbarrar e continuar fingindo a nossa não existência.

Mas sabe que eu gosto?! Talvez seja porque eu nunca fui muita adepta as coisas fáceis, sempre dei pouco valor, e se tudo tivesse dado certo desde sempre eu já teria dito que enjoei e tudo já não teria mais a mesma graça.

Às vezes eu percebo alguns “seus” “nossos” olhares diferentes, e fico feliz.

Mas eu acho que a gente escolheu assim em comum acordo,você finge que eu não sei e eu finjo que você não sabe. E assim a gente segue na utopia dos desconhecidos.

Jessica Miranda

Acho que o fato de que eu vou fazer 20 anos esse ano anda me influenciando um pouco sabe? Ando meio pensativa a respeito das coisas, não sei se eu sou bem o conceito de pessoa de vinte anos que eu tinha aos quinze. Talvez seja só o peso da responsabilidade, ou uma fase como a crise do terceiro período.

Mas tudo tem seu lado positivo e o lado positivo dos vinte são muitos e se não for exagero da minha parte diria até que ultrapassam os negativos.

Não cometo mais os mesmos erros de antes, pelo menos não com a mesma freqüência

Sou independente o suficiente para morar em outra cidade, mas não tanto que não precise voltar todo fim de semana pra casa.

Sou mais seletiva no quesito amizade, não saio mais chamando de amigo qualquer um que me sorri na rua.

Mas ao mesmo tempo , tem coisas em mim que ainda não mudaram e talvez eu espere que não mudem,como o meu lado otimista, as vezes até um pouco irresponsável ,de achar que tudo sempre vai dar certo, de achar graça das coisas nos momentos sérios,de rolar no chão brincando com uma criança e pouco me importar com o que as pessoas vão achar.Ou o fato de eu continuar acreditando nas pessoas,mesmo que tudo colabore para o contrário,mesmo que eu me decepcione,mesmo que me digam que eu deveria desconfiar.

É,eu não sou aquele meu velho conceito dos vinte,mas e daí?!
Eu prefiro esse. ;)

Jessica Miranda